A garota que você deixou para trás e um arrependimento

Demorei um tempo para ler “A garota que você deixou para trás”, de Jojo Moyes. Achei o começo um pouco entediante e não conseguia engatar. Mas, para minha surpresa, após o término da leitura, veio o arrependimento. Por que não me deixei levar pelo livro antes? Por que não insisti na parte em que fiquei travada? 

A lamentação foi instantânea.

Mais uma vez, Jojo Moyes me pegou de jeito. Quando engatei de verdade, não consegui mais parar. A grata surpresa já começa pelo título, que você pensa uma coisa e é outra completamente diferente. O título é realmente o foco.

No desenrolar da história você tem noção do que vai acontecer e mesmo assim quer terminar logo para ter certeza de que seu pensamento estava certo. E no final, mais uma boa surpresa.

O livro é uma viagem incrível entre o que acontece em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, e o que ocorre em 2006, em pleno século vinte e um. Quase cem anos de diferença e uma história inserida na outra com uma capacidade extraordinária de igualdade. Confesso que não me atraio por histórias de guerra (por isso demorei um pouco para pegar gosto pelo livro), mas Jojo me envolveu de um jeito que eu já não sabia mais diferenciar uma história da outra. 

Uma história que mostra que, muitas vezes, é a nossa Fé que nos mantém vivos. “Às vezes a vida é uma série de obstáculos, uma questão de colocar um pé na frente do outro. Às vezes, de repente ela se dá conta, é simplesmente uma questão de fé cega”. Coragem, amor, medo e uma fé inabalável. Sentimentos entrelaçados numa narrativa incrível. Também descrevendo relações de amizade, família, apego a coisas materiais e medo de seguir em frente.

É uma história envolvente, em que a autora conduziu com maestria a trama de duas mulheres distintas, mas ligadas pelo mesmo sentimento. “Às vezes... a gente demora um pouco a captar a verdadeira essência de uma pessoa”.

Jojo sabe mesmo te envolver numa história.

“Simplesmente porque você vai tocando o barco, de verdade. Às vezes, minha querida, isso em si é heroico”.

Não deixe para amanhã a leitura que pode fazer hoje. 

Você pode se surpreender. 

Por Paty Maia