segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Tem que ter ousadia


O velho ditado “Quem quer arruma um jeito, quem não quer, uma desculpa” é a mais pura verdade. Mas não basta querer, tem que ter ousadia.

Esses dias uma amiga leu um post meu e disse que quando era adolescente lia demais e adorava. Porém, começou uma fase de estudar para concursos, lendo por obrigação matérias especificas e ficou com trauma. Ela disse que só em ver aquelas letrinhas pretas dos livros dava sono e vontade de sair correndo.

Depois veio a fase dos filhos bebês, também difícil de conciliar com o hábito da leitura. E por fim, ela disse que, agora com os filhos maiores, estava pensando em retomar suas “viagens nas leituras” e me pediu umas dicas.

Eu falei para ela que compartilho da mesma situação, dividida entre estudos para concurso, vida de mãe, esposa, dona de casa, jornalista. No entanto, sempre arrumo um tempinho para ler: antes de dormir, ao acordar, quando espero meu filho sair da escola, quando aguardo em um consultório etc. Leio no celular, no computador, no tablet. E sempre carrego um livro na bolsa, assim, como levo meus documentos. É fundamental para as horinhas de descuido.

E contei à minha amiga que, de uma maneira ou de outra, encaixo a leitura na minha rotina. O que não é uma tarefa fácil. Não basta ter vontade, é preciso ter coragem. Coragem para abrir mão das coisas em prol da leitura. Coragem para dedicar algumas horas da sua rotina a um livro. Coragem para deixar a louça por lavar na pia para ler. Coragem para deixar de assistir TV para fazer uma leitura. Coragem para se deixar levar pelos livros sem culpa. Porque a leitura é um ato de coragem.

Sugeri a ela que retomasse o hábito da leitura com algo que gostasse, romances, livro de auto-ajuda, policial. Porque, quando a gente gosta do que ler, não tem falta de tempo que atrapalhe, nem rotina que nos impeça de devorar um livro. Rapidinho a gente arruma “espaço” na nossa vida para terminar logo e saber o final da história.

Lerá na hora do sono ou da comida, na fila, ao sol, até sem papel... (adaptação de A Rotina e a Quimera)



Por Paty Maia

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