quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O Pequeno Príncipe - adaptação



Tivemos o prazer de ver essa obra retratada no cinema, em uma versão diferente da original, na qual o filme se permite ir além do que nos é apresentado no livro. É uma história realmente linda e comovente. Vemos a sensibilidade de um livro que mesmo sendo considerado infantil consegue conquistar crianças e adultos.

No livro, o escritor Antoine de Saint-Exupéry utiliza uma linguagem simples para retratar acontecimentos do mundo juntamente com os da sua vida particular. O livro foi considerado a maior obra existencialista do Século XX, tendo sido o terceiro livro mais traduzido da história, ficando atrás apenas da Bíblia e do Alcorão.






O filme mostra um piloto, já em idade avançada, vivendo sozinho, à procura de alguém para compartilhar o que viveu quando conheceu o Pequeno Príncipe. A história do livro é contada paralelamente à de uma menina que tem sua vida controlada pela mãe, minuto a minuto. Ela é apresentada como uma criança que não teve infância como deveria, e muito cedo assumiu responsabilidades que não se espera de alguém tão jovem. Vemos que a mãe quer dar o melhor para a filha, mas não percebe que, em meio a todas as responsabilidades, sua filha está perdendo o melhor da infância.

Achei muito boa a forma como o filme diferencia a vida da menina e de sua mãe com as outras cenas, pois tudo referente a elas é em cores sóbrias, demonstrando a vida vazia de aventuras que a menina tem, enquanto as cenas nas quais aparecem o piloto e o Pequeno Príncipe são cheias de cores vivas e alegres.

Ao conhecer o piloto, seu novo vizinho, a menina tem sua primeira experiência com a leitura por prazer, e a partir daí tudo muda em sua mente. A cada coisa que ela descobre sobre o Pequeno Príncipe, mais quer saber e mais sua amizade com o piloto se fortalece, fazendo com que ela viva coisas que nunca experimentou em sua infância.

O filme não para na história conhecida do Pequeno Príncipe, na verdade a história original é pouco explorada, mas não de uma forma ruim. Ele faz um acréscimo ao texto do livro. Para alguns, esse acréscimo pode ser ruim, para outros pode ser bom, mas para mim foi no mínimo interessante. Achei ousado dar asas à imaginação e deixar o que o livro deixa subentendido como um fim, o normal da vida, e passar para um idealismo de que tudo continua, como em um sonho.

Também gostei muito da forma como o filme coloca a necessidade do crescimento, ao qual todos somos submetidos, e a realidade de que nem tudo é como queremos. A perda é explorada de forma diferente no filme e a importância da infância e da oportunidade que toda criança tem de ser criança, é abordada de maneira leve e fascinante.


Confesso que me emocionei ao ver o filme e fiquei realmente encantada com os desenhos e as páginas do livro soltas durante a exibição. Foi muito legal ver os desenhos da cobra comendo o elefante e do carneirinho na caixa fechada sendo explicados na telona, assim como é feito no livro, mostrando como a imaginação é realmente incrível. Isso me fez lembrar de quando tive o primeiro contato com o livro, ainda criança, e recordar de como imaginei isso na minha mente quando vi os desenhos pela primeira vez.

Recomendo a todos que assistam ao filme e levem seus filhos, sobrinhos ou afilhados (como foi o meu caso), pois vale a pena. Acredito que todas as crianças merecem ter um contato com essa obra extraordinária de Saint-Exupéry, mesmo que seja pelo filme primeiro.

Por Lídia Karla

0 comentários:

Postar um comentário